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CNBC promove Enfrentamento a Violência contra mulher na profissão de Bombeiro

Notícia recente sobre Bombeira civil que sofreu abuso sexual no local de trabalho é parte de um problema grave e muito maior que diariamente vitimiza mulheres por todo o País, mas a solução está em cada um e em todos nós.


O Conselho Nacional de Bombeiros Civis – CNBC Brasil é precursor no País do reconhecimento e valorização da Mulher na profissão de Bombeiro civil, foi quem insistiu o uso do termo “Bombeira” em vez do grotesco “bombeiro feminino”, este título que respeita o gênero da Mulher que exerce a profissão também está explícito nos cartões de inscrição nos registros do CNBC diferenciados entre Bombeiros e Bombeiras, também fomos precursores da inclusão de artigo em leis e normas que condicionam que sempre que houver homens e mulheres entre o público a ser atendido, também haja Bombeiros e Bombeiras na equipe.
O próprio Código de Ética prevê respeito e igualdade às “pessoas” na profissão, o  1º Censo Nacional de Bombeiros e Pessoal de Prevenção e Resposta a Emergências em censo.cnbc.org.br possui alguns campos específicos incentivando a denúncia de abusos na profissão.

Com tal histórico de reconhecimento e valorização da mulher na profissão, o CNBC inicia mais uma campanha no tema, desta vez contra algo abominável que infelizmente se vê como parte de uma cultura que precisa ser combatida: a violência contra mulher.

Sempre causam comoções as notícias sobre violências extremas como estupro, espancamento e assassinatos, mas vale saber que há outras formas de violência contra a mulher, essas são praticadas diariamente e quase passam “naturalmente” sem se dar conta que também são formas de violência.
No Portal Brasil do Governo Federal, em Cidadania e Justiça, na área de Violência de gênero, são citados outros 10 tipos de violência praticados contra mulher, muitos no seio familiar e alguns no ambiente de trabalho.

Além de diversas disposições internacionais como a própria declaração dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas -ONU, cujo Brasil é um dos países signatários, no país existem diversas ações e instâncias do Governo Federal que tratam do tema.
Segundo a convenção de Belém do Pará de 1994 (Observatório Brasil da Igualdade de gênero/Governo Federal) a violência contra mulher se define por:

“qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado”

A mesma convenção reforça em seu artigo 1º que:
“Além das violações aos direitos das mulheres e a sua integridade física e psicológica, a violência impacta também no desenvolvimento social e econômico de um país.”

O tema em si é muito amplo, aborda desde a violência doméstica que originou a Lei Maria da Penha, Lei Federal 11.340/2006; que define e tipifica as formas de violência contra as mulheres (física, psicológica, sexual, patrimonial e moral) prevendo uma gama de serviços especializados para amparo as vítimas, aos casos de assédio e até de tráfico de pessoas, escravidão e exploração sexual, todos temas que merecem atenção.

 

Nesta campanha vamos focar aqui as violências sofridas por mulheres em relação à profissão de Bombeiro:
 
As violências começam ainda nos cursos de formação, o CNBC recebe e encaminha denúncias de assédio, abusos e até estupro sofrido por alunas vítimas de instrutores e donos de escolas de formação de Bombeiros em diversas regiões do País, os abusos sexuais são mais gritantes, por exemplo:
 
Em Porto Velho, Rondônia, ex-alunas denunciaram que durante parte do curso de formação num exercício em mata alunas foram abordas com a seguinte proposta: “você está mal no curso mas se for ali comigo a gente resolve e você vai ser aprovada” também na coação haviam promessas de emprego ou descontos no curso, temendo por represálias houve quem cedeu a investida e algumas abandonaram o curso, outras, por ameaças ainda não prestaram queixa e os agressores seguem impunes.
 
Em João Pessoa, Paraíba, ex-alunas denunciaram que o dono de escola e também instrutor, convidava suas vítimas para após a aula ajudar na limpeza da sala de aula, quando sozinhos, consumava o estupro e após a relação criminosa passava a perseguir e ameaçar suas vítimas, há informação que algumas por proteção receberam dispositivo eletrônico de emergêcia conhecido como botão de pânico, mas o agressor continua livre e ainda mantém sua escola ativa.
 
O caso recente da Vila Olímpica, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, mostra que uma Bombeira enquanto dormia em seu horário de descanso foi vítima de violência quando um homem se aproveitou para acariciá-la, esse é o primeiro relato público envolvendo uma Bombeira numa situação de violência que infelizmente acreditamos ser muito maior em quantidade e gravidade de casos.
 
Temendo ameaças, represálias ou mesmo acreditando na impunidade dos agressores, a maioria das vítimas não denuncia, com isso os agressores continuam agindo e, infelizmente, se multiplicam os casos e vítimas.
 
Não se pode tolerar este tipo de violência contra qualquer pessoa, ainda mais em uma área onde prevalecem conceitos e lemas como: “fazer o bem sem ver a quem”, e se propõe a ajudar ao próximo, todos em nossa área devem se mobilizar para o enfrentamento a esta violência.
 
Vale lembrar que se considera violência também aquela do tipo psicológica, onde se ofende, humilha ou assedia a mulher, lhe dizendo que é incapaz disso ou daquilo por ser mulher.
 
Por tanto, mais que replicar uma notícia, abordamos o tema com a devida seriedade e convocamos toda a Sociedade, e em nossa área os estudantes e profissionais novatos e veteranos, empresariado e autoridades para uma discussão mais incisiva e realmente voltada à ações práticas e campanhas que promovam o enfrentamento real e direto contra essas práticas e também a promoção de uma cultura de respeito e valorização da mulher, seja estudante ou já Bombeira plena.
 
CNBC lança diretrizes e inicia campanha nacional pela prevenção e enfrentamento a violência contra Mulher na profissão de Bombeiro.

Conheça, adote e divulgue estas 3 diretrizes de enfrentamento a violência contra Mulher:


1 – Prevenção: Toda prática, ação, iniciativa ou comentário que se dê a entender que resultará em alguma forma de violência deve ser evitada e repreendida afim de prevenir que se consume alguma das formas violência.
 
2 – Atenção: Sabendo da ocorrência de alguma forma de violência, é preciso amparo, atendimento e apoio a vítima, afim de minimizar seu sofrimento e incentivá-la ao enfrentamento e denúncia.
 
3 – Resposta: Todo ato de violência deve ser denunciado, pois assim é possível responsabilizar e expor os agressores para que esses sejam punidos por seus maus atos, se combata a impunidade e se desmotive outros agressores.

 
Participe desta campanha importante, adote as diretrizes de enfrentamento, assine a campanha e divulgue para que mais pessoas também participem.

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